2 de dezembro de 2008

09-09-08

Quando era pequenina pensava que aqueles todos que me rodeavam escondiam algo. Talvez, andava iludida que o mundo girasse a minha volta. Pensava que as pessoas disfarçavam quando passavam por mim e não me falavam. Pensava eu que a vida era uma brincadeira e que podia ter tudo o que queria. Só estava a espera da surpresa final. Mas eu não sabia qual era a surpresa final. Pensava eu, que não existia o mundo. Só existia os lugares onde passei. Esses sim, eram de verdade um sitio, porque já la tinha estado. Pensava que as coisas eram fáceis. Levantar cedo, ir levar os filhos à escola, e ir para o chato do trabalho diário de um adulto. A minha mente vagueava pelas atitudes das pessoas. Novamente, pensava eu que havia criminosos só para haver o «lado mau». Pensava que havia pessoas boas, neste caso, para haver o «lado bom». Sim, era iludida e criança, na altura. Eu era assim.. Se calhar ainda hoje sou, mas com um pouco MAIS de maturidade... Passo minutos a olhar, silenciosamente, quando estou a espera do autocarro, para o movimentos das pessoas. Como andam, como se vestem, a sua forma de ser... Olho, observo e critico essas pessoas no meu intimo. Até finto um risco feito de giz marcado recentemente no chão daquela escola. E vem-me a memória todos os momentos que ali passei naquela escola, com aqueles amigos, e como sentir-me se tivesse a ser vigiada por uma pessoa, como eu. Se a maior parte do tempo se sente sozinha, triste e insegura. É assim que hoje me sinto... Mas faço um esforço para ser forte, e consigo ser. Consigo até ser mais do que isso. Faço os possíveis para retribuir um sorriso a quem me acolheu e fez tanto por mim neste ano lectivo. Apesar de tudo, sinto-me bem lá. Faz-me sentir com menos responsabilidade...
Tenho o meu mundo. Tenho o mundo que apesar de tudo, não me deixa desanimar. Dá-me força por lutar sempre mais e mais. Tenho a minha mãe sempre do e meu lado. Graças a ela sinto-me bem comigo própria.
Também tenho muitos bons amigos... Eles estão sempre mas sempre presentes (Ana, Raquel, Carina, Nuno, entre outros). Obrigada por tudo. Jamais vos esquecerei.
Tenho a vida que sempre quis. Não da forma como a planeio todos os dias. Pois há dias mesmo maus. São grandes dias que não vejo a hora de chegar a casa e voar para o duche, a seguir: cama. Tento dar o meu melhor, mesmo dependendo dos dias... e ao pensar em dar o meu melhor, penso em inúmeras coisas do meu dia-a-dia. O importante é sentir-me realizada. E sinto-me. (...) Não tenho motivos suficientes para desistir.. Estou com força para continuar... Não vale a pena andar-me a lamentar, porque sempre me dizia a minha querida avó «Tristezas não pagam dividas». Limito-me apenas a viver no meu mundo. A lutar, a confiar, a aprender com os meus erros e tomar responsabilidade dos meus actos. Sinto-me como um mar calmo, disposto a fazer sorrir as pessoas, quando o verão se aproxima. Sinto-me bem comigo.

Cris.